Quinta da Cardiga

A doação destas terras em 1169 por D. Afonso Henriques aos Templários faz delas comenda do Convento de Tomar, reconhecidas já no século XII pela sua produtividade. A par disso a sua localização estratégica junto ao rio, dotou-a de um castelo que aliado aos do Almourol, Ceras e do Zêzere, fez desta a mais importante linha da fronteira do Tejo. A memória desses tempos de defesa é hoje apenas visível na torre de menagem.

Extinta a Ordem dos Templários passa para o Ordem de Cristo (século XVI), que aí ergue uma propriedade de veraneio com um importante cunho defensivo, atribuído a João Castilho responsável pelas obras de Tomar, já com área habitacional, o claustro, capela e os celeiros agrícolas. Com o tempo a planta recebe modificações, destacando-se a mudança da fachada principal para noroeste, onde no portal principal, de traços manuelinos é visível a Cruz de Cristo protegida por anjos e motivos grotescos.

Data deste período também a construção da capela, finamente decorada desde o portal ao seu interior: azulejos de padrão e um bonito retábulo de pedra na capela-mor com um alto-relevo de Nossa Senhora da Misericórdia. No exterior da capela, entre o portal e o mirante, subsiste ainda um painel de azulejos com cenas da vida de Santo António.