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Couves com Feijão

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Coze-se bem, muito bem o feijão branco, pondo-lhe duas cebolas inteiras, embora golpeadas fundo, e sal, sempre o sal na medida certa. Da almotolia pintada a vermelho, vaza-se um dedo grosso de azeite que foi maquia que as mulheres receberam dos celamins do rabisco entregues ao mestre lagareiro. Reduzem-se, depois, dois terços do feijão a um puré encorpado. O outro terço é então retirado para uma tijela. Apertadas com força pela mão esquerda, cortam-se, faca afiada, com a direita couves portuguesas, aqui chamadas de todo o ano, de modo a que fiquem em tiras estreitinhas. De certeza que lavadas, vão para a panela onde já se encontra o polme. Acrescenta-se, também, o terço do feijão inteiro que estava na tijela. Tempera-se a preceito de novo com azeite e sal. Enquanto ferve, mexer com frequência para que nada esturre. Dir-se-ia o ponto final do preparo. Dir-se-ia. Sê-lo-á, porém, relativamente à cozinheira. Para o comedor ainda não. Urge completar a sopa que se deita no prato de esmalte. Esfarela-se, pois, ao sentido de cada um, a broa, sobretudo o miolo, por de riba dela. Quer-se espessa e apurada. Rega-se com novo fio de azeite. Com uma colher de alumínio dão-se-lhe as voltas precisas para que a união de todos os elementos fique homogénea e agradável. E come-se, então, como manjar que deixa o paladar, o olfacto e o estômago santamente consolados.

Couves com Feijão